sexta-feira, 15 de julho de 2011

Globalização e Educação

3 - Globalização e o jogo das identidades

No mundo contemporâneo onde se tem uma globalização de negócios com relacionamentos internacionais é produzida não só mercadorias, mas junto com elas uma heterogeneidade cultural com identidades contraditórias, que são “continuamente deslocadas”.
Sendo assim não se pode pensar mais em um sujeito portador de referenciais culturais unificados, permanentes e complexos.
A convivência de diferentes expressões culturais, tem estimulado movimentos de afirmações da identidade cultural de alguns grupos, provocando também desestabilização e fragmentação de códigos culturais.
Isso ocorre segundo Hall(1997) a cinco grandes mudanças nas ciências humanas. A concepção materialista de mundo social e de sujeito histórico de Mark; A descoberta do inconsciente por Freud e seus seguidores; O trabalho da lingüística desenvolvido por Saussure e pelos modernos filósofos da linguagem na perspectiva de aprender a língua como um sistema social, um artefato cultural que não se reduz a uma autoria individual sendo o terceiro; A quarta mudança diz respeito à própria concepção de poder está presente no trabalho do filósofo Michel Foucaull; E o surgimento do feminismo.
Com uma grande responsabilidade na uniformização da imagem, do consumo, para a população com padrões pré-estabelecidos por empresas multi-nacionais. Observando-se assim ao fim das culturas nacionais e das expressões locais.
Em conjunto com esses fatos se tem Países que estão sentindo-se ameaçados pela desintegração da “cultura nacional”, ainda se tem países periféricos, sentindo-se à margem do processo de globalização ou resistindo a ele, fazendo ressurgir movimentos particularistas que contradizem o processo de globalização e de homogeneização cultural.
Com isso neste cenário onde convivem em confronto de interesses e busca de reconhecimento cultural, acaba dando lugar a um verdadeiro jogo de identidades resultando de uma cultura contemporânea, sincreticamente produzida. Toda essa variável de informações, vão constituindo sujeitos diferenciados, com seus interesses, tradições familiares, culturais locais e nacionais, marcadas e moldadas por um mundo sem fronteiras dos meios de comunicação, do capital especulativo, da produção de bens e serviços e fortemente segregado entre os que tentam usar dos direitos básicos da cidadania.

Escritos Curriculares

O currículo escolar abrange todas as experiências escolares, é a totalidade das experiências de aprendizagem planejadas e patrocinadas pela escola, sendo todas as experiências dos alunos, que são aceitas pela escola como responsabilidade própria. São todas as atividades através das quais o aluno aprende. Em sentido restrito currículo escolar é o conjunto de matérias a serem ministradas em determinado curso ou grau de ensino. Neste sentido, o currículo abrange dois outros conceitos importantes: o de plano de estudos e o de programa de ensino. Plano de estudos é a lista de matérias que devem ser ensinadas em cada grau ou ano escolar, com indicação do tempo de cada uma, expressa geralmente em horas e semanas.
Programa de ensino é a "relação dos conteúdos correspondentes a cada matéria do plano de estudos, em geral, e em cada ano ou grau, com indicação dos objetivos, dos rendimentos desejados e das atividades sugeridas ao professor para melhor desenvolvimento do programa e outras instruções metodológicas" (OEA-UNESCO). De forma ampla ou restrita, o currículo escolar abrange as atividades desenvolvidas dentro da escola. As atividades educativas escolares correspondem à idéia de que existem certos aspectos do crescimento pessoal, considerados importantes no âmbito da cultura do grupo, que não poderão ser realizados satisfatoriamente ou que não ocorrerão de forma alguma, a menos que seja fornecida uma ajuda específica, que sejam exercidas atividades de ensino especialmente pensadas para esse fim. São atividades que correspondem a uma finalidade e são executadas de acordo com um plano de ação determinado, isto é, estão a serviço de um projeto educacional. A primeira função do currículo, sua razão de ser, é a de explicitar o projeto - as intenções e o plano de ação - que preside as atividades educativas escolares.
Enquanto projeto, o currículo é um guia para os encarregados de seu desenvolvimento, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica, uma ajuda para o professor. Por esta função, não pode limitar-se a enunciar uma série de intenções, princípios e orientações gerais que, por excessivamente distantes da realidade das salas de aula, sejam de escassa ou nula ajuda para os professores. O currículo deve levar em conta as condições reais nas quais o projeto vai ser realizado, situando-se justamente entre as intenções, princípios e orientações gerais e a prática pedagógica. É função do currículo evitar o hiato entre os dois extremos; disso dependem, em grande parte, sua utilidade e eficácia como instrumento para orientar a ação dos professores. O currículo, entretanto, não deve suplantar a iniciativa e a responsabilidade dos professores, convertendo-os em meros instrumentos de execução de um plano prévia e minuciosamente estabelecido. Por ser um projeto, o currículo não pode contemplar os múltiplos fatores presentes em cada uma das situações particulares nas quais será executado (...). Em resumo, entendemos o currículo como o projeto que preside as atividades educativas escolares, define suas intenções e proporciona guias de ações adequadas e úteis para os professores, que são diretamente responsáveis por sua execução. Para isso, o currículo proporciona informações concretas sobre que ensinar, quando ensinar, como ensinar e que, como e quando avaliar"

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O currículo entre o relativismo e o universalismo (questões do texto)

Texto: “O currículo entre o relativismo e o universalismo”
Autor: Jean-Claude Forquin



1 – Qual é o conceito de currículo apresentado pelo autor?

R: O autor apresenta dois tipos de currículo, os relativistas que defendem o questionamento da validade do que é ensinado. E o currículo Universalista que afirma que, há saberes “públicos” que todos devem ter acesso, apresentando valor independentemente de circunstância e interesses particulares.


2 – Explique o que representa a ideía de universalismo no currículo, apresentado os aspectos que o definem.

R: a ideía de universalismo no currículo escolar significa que a escola deve transmitir saberes “públicos”, explicitamente formulados e controlados, aos quais todos possam ter acesso, apresentando valores independentemente das circunstâncias e dos interesses particulares. Porém históricamente, pode-se distinguir na cultura escolar pelo menos dois tipos de universalismo: O universalismo dos saberes elementares e o universalismo “humanista” que foi durante muito tempo identificado com a tradição do ensino secundário clássico.


3 – Explique o que representa a ideía de “relativismo” no currículo, apresentado os aspectos que os definem

R: a ideía de relativismo no currículo esta voltada para que o discurso humano se resume a uma técnica de persuasão. O argumento relativista pode tomar diversas formas e diferentes caminhos, considera também os valores e as verdades como produtos sociais nos quais estão investidos interesses, paixões e preconceitos de coletividades humanas particulares.


4 – Explique os seguintes enfoques sobre currículo
a) – Analítico e descritivo
b) – Normativo e prescritivo
c) – Operatório e tecnicista
d) – Eclético

a) R: Apresenta-se com diferentes interpretações livres, assim definindo o currículo como objeto de vários tipos de enfoques.
b) R: é uma tentativa de estabelecer um ordenamento lógico e definir normais que vão determinar o que é apropriado no uso. Daí surge a noção de certo e errado. Aquilo que não estiver de acordo com as normas, é classificado como errado.
c) R: reorganiza os programas e as diretrizes pedagógicas a partir de uma perspectiva pautada em objetivos comportamentais e competências mensuráveis, causando um risco de fragmentação das aprendizagens.
d) - R: Uma cultura que amostra um amontoado de tudo.

Avaliação no Ensino Superior

Pensar a educação superior, bem como suas avaliações pressupõe definir os valores e conhecimentos a serem desenvolvidos, entrevendo sua relação com o Projeto Político Institucional.
O aluno do ensino superior traz em suas particularidades marcas de seu ensino de como foram realizadas as avaliações anteriores de sua vida e muitas vezes, deparara-se com práticas avaliativas autoritárias até mesmo nas universidades.
É encontrado no meio acadêmico uma crescente busca dos educadores em realizar uma prática diferenciada de avaliação. Contudo, os caminhos ainda não estão claros.
Entendemos a avaliação como parte integrante e fundamental do processo de ensino e aprendizagem; mas o professor ainda não encontrou meios para lidar com o aluno que obteve resultado (nota ou conceito) insatisfatório. Diante de tal situação o docente precisa certificar-se de que, se a aprendizagem não ocorreu (ainda), pode ter sido por dificuldades em lidar com as idiossincrasias, e verificar se os instrumentos para avaliar foram suficientes para atender aos objetivos propostos.
A avaliação ao longo dos séculos cumpre a sua função de controle, expressando os resultados em conceitos ou notas que deliberam a quantidade e a qualidade daquilo que se buscou atingir em relação aos objetivos propostos.
Deveríamos indagar por que o ensino superior, ainda cumpre esta função reguladora de avaliação?
Em um processo de ensino que priorize a crítica e uma educação transformadora, a ênfase da avaliação estará centrada no processo e não no produto final (nota). Também são priorizadas as relações interpessoais, as trocas mútuas entre docente e discentes. Haverá necessariamente um momento de parada para que se repense, para que se crie, para que sugira e se procure outras formas de avaliar.